sexta-feira, 20 de março de 2009

Vende-se vida


- O tráfico de animais é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, atrás de drogas e armas, movimentando cerca de U$ 10 bilhões, por ano. No Brasil, a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas, www.renctas.org.br) calcula que são retirados da natureza 38 milhões de espécimes para serem traficadas, anualmente. 



- Entre nós, o tráfico de animais é um processo antigo, historicamente iniciado com a chegada dos portugueses ao Brasil. Nos primeiros 30 anos da colonização, antes mesmo do ouro, os navios carregavam daqui, em média, 3 mil peles de onças e 600 papagaios para a Europa. 



- A crueldade do tráfico impressiona. Para cada dez animais traficados, apenas um chega ao seu destino final. Os outros nove morrem durante a captura, ou durante o transporte, além dos maus tratos que evidenciam a insensibilidade dos traficantes e compradores. É o caso das injeções de anestesia e para a produção de cegueira em aves, por exemplo, para evitar que elas cantem durante o trajeto e assim denunciem o ilícito. 



Operação Oxossi 

A Operação Oxossi, nome do orixá associado à caça e à prosperidade, realizada pela Polícia Federal (PF), após mais de um ano de investigações, enfraqueceu quadrilhas de traficantes de animais. Através de escutas telefônicas, devidamente autorizadas pela Justiça, a PF desbaratou um fluxo anual de cerca de R$ 20 milhões movimentado pelo comércio de 500 mil animais, aproximadamente, a maioria em extinção. 

No dia 11 de março passado, a Justiça concedeu 140 mandados de busca e apreensão para recolher os animais. Setenta e duas pessoas foram presas. A ação ocorreu em nove unidades da Federação. Outras 26 pessoas estão sendo procuradas, entre elas um português, um suíço e três tchecos. 

O maior número de detenções aconteceu no Estado do Rio de Janeiro, onde 42 pessoas foram detidas e 16 continuam sendo procuradas. Foram detidos cinco policiais militares, um imigrante tcheco, que se identificou como empresário, além de uma aposentada de 68 anos, residente em Magé (RJ), suspeita de ser uma das principais traficantes de animais, em ação na feira de Duque de Caxias. 

Aproximadamente 70% dos presos já haviam sido detidos em operações anteriores contra o comércio ilegal de animais. A legislação brasileira contra crimes ambientais precisa ser aperfeiçoada. O detido assina termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e é liberado. Entre os presos na Operação Oxossi há pessoas que já passaram até oito vezes pela delegacia. 

Como os acusados detidos na Operação Oxossi comercializavam grandes quantidades de animais, o Ministério Público Federal optou por não pedir as prisões com base na Lei de Crimes Ambientais, mas pelo Código Penal. A Justiça Federal acolheu os pedidos de prisão preventiva por receptação qualificada e formação de quadrilha. Aqueles que enviaram animais ao exterior também responderão por contrabando e maus tratos. 

A maioria dos animais era capturada no Parque Nacional da Serra da Bocaina, em Paraty (a 237km do Rio de Janeiro, RJ), na Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu (a 32km da capital) e em matas da Bahia, do Pará e do Amazonas. O principal destino interno era uma feira de animais em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), um dos cinco maiores pontos de tráfico de animais do país. Os animais também eram comercializados em feiras em Honório Gurgel, no município do Rio de Janeiro, e Areia Branca, em Belford Roxo, também na Baixada Fluminense. 

Outros animais eram traficados para a Europa, principalmente para a República Tcheca, Portugal e Suíça. A PF localizou também uma empresa comercial em São Paulo (SP), que "esquentava" os animais, falsificando credenciais e anilhas, que davam a eles aspecto de exportação legal. Durante o transporte, os animais eram confinados em pequenas caixas. Quando o traficante desconfiava que estava sendo observado, chegava a jogar as aves em vasos sanitários. O esquema contava com a participação de funcionários de empresas de ônibus, que escondiam os animais em compartimentos de carga. 



Alô Marketing Bradesco assinou 

Do Alô Marketing do Bradesco: "O Bradesco não patrocina há alguns anos qualquer evento que represente crueldade com os animais, inclusive os rodeios." 


Fonte:www.monitormercantil.com.br

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